viagem

Parto em busca de algo. Algo maior que me faça acreditar que este caminho vale a pena. Que este caminho não é apenas mais um atalho, daqueles que tantas vezes segui por estar desorientada.
E parto, sufocada pela imensidão dos prédios e das multidões que me cercam, que me matam. Parto em busca do silêncio e embebedo-me com a cor das planícies, avistadas ao longo da estrada. Sorrio ao sentir uma brisa diferente. Ao desvendar lugares que não me pertencem.
E sigo o meu caminho como se me tratasse de um peregrino a cumprir uma promessa. Sigo sem olhar para o relógio, sem perceber que o tempo passou e que já regresso, ao que fui e ao que sou, iluminada por mínimos, médios e máximos.
Nem sei bem por onde andei. Luzes alheias recordam-me que já é noite e que o cansaço, mais uma vez, acabou por me vencer. Recebo a paisagem nocturna de braços abertos. É apenas mais uma etapa, penso. E quando páro, reparo que regressei a casa.

4 comentários:

  1. permitam-me q do fundo da minha humildade vos congratule pela harmoniosa coordenacao. bonito!

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  2. E do fundo da nossa humildade, muito te agradecemos o comentário!

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  3. esta coisa anda morta, ou é impressão minha????!!!
    IP

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  4. os ciclos, tantas vezes dolorosos, caem, muitas vezes, no perto e não no longínquo, às vezes é para casa mesmo que nos dirimos quando procuramos a solução...
    bonita relação texto/imagens

    :-)

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